
No próximo 25 de Abril, cumpre-se o 51° ano após os Grandes Levantes Populares de 1974. Mais uma vez a falsa “esquerda” oportunista utiliza a imagem do evento como alavanca para levar as massas ao oportunismo, utilizando-se de slogans como “25 de Abril sempre” e “cumprir Abril”.
Ora, Abril foi “cumprido”: os Grandes Levantes Populares de 1974 já “cumpriram” seu papel, ainda que temporariamente inconcluso. Já foi canalizada a luta das massas e derrubado o fascismo. Devemos, sim, continuar o seu honroso legado, mas não de forma que nos impeça de olhar para o futuro das massas como faz o oportunismo e o revisionismo; devemos olhar, de forma mais avançada, para o papel do proletariado na direção destas.
Os Grandes Levantes Populares de 1974, ou 25 de Abril, embora vitorioso em sua derrubada ao fascismo, não teve desfecho em um Estado verdadeiramente popular, que emancipasse as classes trabalhadoras portuguesas. Na falta de um destacamento avançado unificado e verdadeiramente comunista que direcionasse as massas, floresceu o oportunismo a reboque do sector demoliberal da burguesia portuguesa (o velho Movimento das Forças Armadas), levando Portugal a se enquadrar no modelo burguês da “democracia parlamentar” europeia, graças a partidos como o Partido Socialista (PS) e o falso “PCP”, mergulhados no oportunismo eleitoreiro que são.
Ao invés de um programa revolucionário que atendesse as necessidades do povo português, prevaleceu a política dos “três dês” (“Descolonizar, Democratizar e Desenvolver”), slogan propositalmente vago e não verdadeiramente popular, como prova a atual situação do nosso país. No mundo todo a exploração das massas se agudiza e a guerra inter-imperialista se aproxima, com Portugal não sendo exceção alguma.
Os grandes levantes de 1974 não levaram a uma verdadeira Revolução Socialista graças à sabotagem da falsa esquerda oportunista, com revisionistas como Álvaro Cunhal adotando a linha de Kruschev e negando a verdadeira luta das massas, em troca de um pacifismo vago a reboque dos “democratas” liberais da burguesia portuguesa.
Mesmo com o heroico combate do proletariado, das massas populares e dos revolucionários que destacavam-se destes, principalmente no período conhecido como o Verão Quente e com a formação de inúmeras frações deste destacamento avançado, hegemonizou-se a direção da burguesia demoliberal e do revisionismo no processo. Isto só fez consolidar ainda mais o poder da burguesia em Portugal, temporariamente. Temos de buscar uma revolução verdadeiramente popular e democrática, que verdadeiramente atenda os anseios do povo de liberdade e emancipação das garras da burguesia local e internacional, e não uma revolução apenas em nome.
As massas agora mais do que nunca compreendem a sua posição, bem como a classe operária se desfralda mais do que nunca como a única classe capaz de fazer a revolução e principalmente. Não há em Portugal, porém, um partido de vanguarda que seja capaz de guiar e direcionar o ódio das massas até uma revolução verdadeiramente proletária. O povo trabalhador português luta ferozmente ontem e hoje por suas demandas mais básicas, negadas e reprimidas pelo imperialismo, pela reação e pelo revisionismo em uníssono, impondo uma vez mais a revolução como tendência principal em nosso país, momento de maior necessidade dos revolucionários genuínos entranharem-se em seu seio.
É tarefa urgente destes, imersos na luta por unificarem-se em torno da luz da ideologia científica do proletariado internacional e na luta de classes, forjar as condições que permitam o avanço, parte por parte, de um sólido destacamento avançado que dirija o proletariado e as massas populares em geral para, de facto, desenvolver o 25 de Abril; não somente nas palavras, mas principalmente nos feitos.
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