
O conteúdo a seguir trata-se de uma adaptação da notícia repercutida pelo jornal democrático e popular brasileiro A Nova Democracia.
Instalações civis no oeste do Iémen foram atingidas no que os meios de comunicação israelitas denominaram de “Operação Cidade Portuária”, coordenada conjuntamente com Washington.
Israel lançou uma série de ataques aéreos sobre o Iémen na noite de segunda-feira, em coordenação com os Estados Unidos, alegando tratar-se de uma resposta a um ataque com mísseis ao Aeroporto Ben Gurion ocorrido no dia anterior. A extensão total dos danos permanece, para já, incerta.
As forças armadas israelitas afirmaram ter atingido locais afiliados ao Ansarallah em Hodeidah, no oeste do Iémen, incluindo o porto da cidade e uma fábrica de cimento localizada a leste da mesma.
Israel alegou que o porto estava a ser utilizado para o contrabando de armas e equipamento militar iraniano com destino ao Ansarallah, acrescentando que o grupo “opera com financiamento e orientação iranianos para desestabilizar e ameaçar a navegação internacional”.
Os meios de comunicação iemenitas confirmaram que “uma agressão americano-israelita teve como alvo o distrito de Bajil, em Hodeidah”, e reportaram que o porto foi atingido por seis ataques aéreos. Indicaram ainda que uma fábrica de cimento em Bajil foi atingida, tendo causado ferimentos em 21 pessoas.
O Canal 12 de Israel informou que 30 caças israelitas participaram na operação, citando fontes oficiais. Uma fonte de segurança israelita declarou ao canal que 48 bombas foram lançadas sobre mais de 10 alvos, danificando gravemente o porto de Hodeidah.
Segundo o Israel Hayom, a operação – designada “Operação Cidade Portuária” – foi conduzida em oito vagas, envolvendo dezenas de aeronaves israelitas, a par de ataques norte-americanos contra posições do Ansarallah.
A imprensa israelita noticiou que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, supervisionaram a ofensiva a partir da sala de comando do Estado-Maior do exército em Telavive. Antes da operação, Netanyahu publicou um vídeo nas redes sociais anunciando que se dirigia ao Ministério da Defesa “com um propósito importante”.
Coordenação com os EUA
O portal Axios noticiou que a operação israelita foi coordenada com os Estados Unidos. Uma autoridade sénior norte-americana afirmou que Israel informou Washington previamente sobre os ataques. Embora as forças norte-americanas não tenham participado directamente, uma autoridade israelita confirmou ao Axios que os alvos incluíam o porto de Hodeidah e uma fábrica de relevo utilizada pelo Ansarallah.
Preparação para retaliação
O Canal 13 de Israel citou uma fonte de segurança que afirmou que Israel não espera que os ataques venham a cessar os lançamentos de mísseis por parte do Ansarallah e está a preparar-se para uma eventual retaliação. A Israel Broadcasting Corporation (KAN) citou um responsável que declarou: “A equação com o Ansarallah mudou após o ataque ao Aeroporto Ben Gurion”.
No domingo, os militares israelitas confirmaram que um míssil lançado a partir do Iémen foi atingido nas imediações do Aeroporto Ben Gurion, depois de não ter sido possível interceptá-lo. O porta-voz militar do Ansarallah, Yahya Saree, afirmou que o grupo utilizou um míssil balístico hipersónico para atingir o aeroporto e que o mesmo atingiu o seu alvo com êxito.
Após o ataque com mísseis, várias companhias aéreas – entre elas a Lufthansa, a Swiss International Air Lines, a Austrian Airlines, a Air India, a Alitalia e a Air Europa – cancelaram os seus voos com destino a Telavive.