Republicamos material disponibilizado pelo jornal democrático e revolucionário brasileiro A Nova Democracia. Algumas adaptações ocorrerão para facilitar a leitura.
O regime genocida de Israel deu início, nesta terça-feira (22/07), à sua primeira grande ofensiva militar em Khan Younis e Deir al-Balah, regiões densamente povoadas da Faixa de Gaza, sob a alegação de que reféns israelenses estariam escondidos nesses locais. Dezenas de palestinos foram mortos ou feridos em bombardeios e ações terrestres, 79 apenas nas 24 horas iniciais da operação. A operação acontece em meio a uma nova escalada do cerco militar e ao aprofundamento do Holocausto palestiniano em Gaza.
Em resposta, o Hamas divulgou um comunicado oficial responsabilizando diretamente os regimes árabes pelo genocídio. Segundo a nota, o “silêncio vergonhoso e cúmplice” dessas lideranças, aliadas ao imperialismo, tem servido de aval político para que a ocupação israelita siga com sua campanha genocida. O Hamas afirma que a ocupação só prossegue com tamanha brutalidade porque conta com o respaldo, direto ou indireto, de forças “lacaias” no Médio Oriente.
A nota ainda denuncia que, enquanto civis são massacrados e bairros inteiros destruídos, diversos governos da região continuam a manter acordos econômicos, militares e diplomáticos com a entidade sionista e com países imperialistas no “Ocidente” que o sustentam. Países como Egito, Emirados Árabes Unidos, Jordânia e Arábia Saudita são citados de forma indireta, acusados de fingirem neutralidade ou de se posicionarem como “mediadores da paz”, mesmo sendo cúmplices do estrangulamento de Gaza.
O Secretário-geral do Hezbollah, Naim Qassem, também se pronunciou sobre a nova ofensiva israelita, reforçando a denúncia do Hamas contra a cumplicidade dos regimes árabes. Segundo ele, a responsabilidade pelo que ocorre em Gaza não é apenas do regime israelita, mas também de “todos os que normalizaram relações com a ocupação”, que “fecharam os olhos diante dos massacres e se alinharam ao imperialismo”. Qassem declarou que a Resistência Nacional Palestiniana seguirá firme apesar do cerco, e que o silêncio não isenta essas lideranças da culpa pelo genocídio em curso.
A operação militar sionista atinge especialmente áreas já devastadas e abrigos de deslocados internos. Segundo a ONU, a situação humanitária é “catastrófica”: faltam alimentos, medicamentos, eletricidade, e há riscos iminentes de epidemias. Hospitais continuam a funcionar com geradores improvisados, e o número de mortos e feridos supera os 200 mil, desde o 7 de Outubro, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. A resposta internacional, no entanto, permanece limitada a comunicados genéricos e sem consequências práticas.
‘Farsa’ de Abbas e da Autoridade Palestiniana
Enquanto isso, dentro da própria resistência, chovem críticas à “Autoridade Palestiniana” (AP), liderada por Mahmoud Abbas. Nesta semana, o movimento Caminho Alternativo Revolucionário Palestiniano emitiu uma declaração rejeitando o convite de Abbas para eleições do Conselho Nacional Palestiniano, classificando a proposta como uma “farsa” e uma tentativa de reabilitar um órgão desacreditado e sem legitimidade popular.
O texto denuncia a AP como uma instância colaboracionista com a ocupação israelita, acusando-a de atuar em conluio com o imperialismo ianque e de reprimir a legítima resistência armada. Segundo o Caminho Alternativo, Abbas estaria usando o pretexto de renovação institucional para tentar minar o protagonismo político das forças que efetivamente enfrentam o sionismo no campo de batalha e nas ruas.
