
Na noite de 21 para 22 de Junho de 2025, os EUA lançaram abertamente uma ofensiva aérea contra três complexos nucleares no Irão — Fordo, Natanz e Isfaão — utilizando bombardeiros bunker busters e mísseis de precisão. Donald Trump qualificou a missão como “obliterada totalmente”. Isto acontece após a retaliação do Irão aos ataques com mísseis balísticos contra instalações civis e nucleares neste país, perpetrados por Israel.
O ataque ilegal do imperialismo ianque ao Irão ocorre em meio à escalada regional da guerra de libertação nacional palestiniana, ocasianada pela entrada do país na guerra contra a entidade sionista. Devido a isso, golpes cada vez mais profundos estão sendo aplicados no já totalmente convulsionado Estado de Israel, com o disparo de mísseis diuturnamente em cidades como Telavive, Asdode e Haifa, e em bases militares ianques em países como o Catar, todos partindo do território iraniano. A entrada transitória do Irão no conflito se soma ao apoio dado à Resistência Nacional Palestiniana pelo movimento anti-imperialista no Iémen (hutis), Líbano (Hezbollah) e Iraque (o guarda-chuva da Resistência Islâmica no país).
No entanto, apesar da tentativa do imperialismo ianque e de seu amo sionista de abalar as instalações nucleares e civis do Irão, com uma ampla parafernália bélico-militar ambos não conseguiram sustentar uma operação deste porte devido aos crescentes levantes anti-imperialistas e anti-sionistas na região, em todo o mundo e mesmo nos próprios EUA. Os EUA orderaram, no último dia 24 de Junho, um cessar-fogo unilateral por parte de Israel, sem que nenhum objectivo ianque ou israelita tenha sido alcançado, escancarando a sua desmoralização perante os povos do mundo.

Em meio a isso, as facções da burguesia imperialista ianque seguem seu conluio e pugna por, internamente, contornar sua profunda crise de decomposição como forma de seja consolidar seus controlo no Estado ianque, seja para tentar aplastar as massas em luta, que estão cada vez mais elevadas na forja de movimentos anti-imperialistas em vários estados do país.
A crise geral do imperialismo ianque
Os EUA vivem uma fase de polarização crescente: o regime de Donald Trump acena a determinados sectores enquanto eleva problemas como a precariedade laboral, crise de habitação, conflitos sociais e revoltas das massas oprimidas e imigrantes. Um ataque militar tenta oferecer a narrativa reaccionária de “unidade nacional”, visando canalizar o descontentamento da população para um “inimigo externo”. No entanto
Nas últimas semanas, os EUA enfrentaram manifestações massivas de estudantes, imigrantes e trabalhadores em geral contra a repressão estatal, como as recentes batalhas contra sequestros e deportações realizadas pela Imigração e Alfândega dos EUA (ICE), nomeadamente em campi universitários e bairros operários. Uma demonstração de força externa serve como pretexto para intensificar a militarização interna: mais polícia, mais fiscalização, mais justificativas para tentar aplastar a poderosa revolta das massas.
A todo este quadro, se somam as crescentes tormentas em desenvolvimento ao redor do mundo, principalmente nos países semicoloniais e semifeudais, tendo como pontos de maior elevação as guerras populares no Peru, Índia, Turquia e Filipinas e a guerra de libertação nacional palestiniana.
Denunciar as agressões, os objectivos e a bancarrota do imperialismo
A posição dos revolucionários e democratas do mundo em geral e de Portugal em particular deve ser a mais ativa possível. A tarefa urgente é unir as nossas forças nos locais de estudo e de trabalho, nos bairros, fábricas e serviços, desenvolvendo um vigoroso movimento anti-imperialista que, paulatinamente, repercuta a luta dos povos de todo o mundo em nosso país, tendo como glorioso exemplo as guerras populares e a Resistência Nacional Palestiniana, servindo a elevar a mobilização, politização e organização das massas. A resposta não pode ser apenas verbal: precisa de ser material e organizada. Esta ofensiva deve transformar-se num ponto de viragem da mobilização do proletariado e dos povos oprimidos de todo o mundo, tornando todos os espaços de luta em luminosas trincheiras de combate.
Somente com organização e acção podemos garantir que a indignação se transforme em força política capaz de travar a repressão: e apontar para uma sociedade onde a paz e a justiça sejam prioridades reais.