
Neste 5 de Maio de 2025, assinalam-se 207 anos do nascimento de Karl Marx, filho da cidade de Trier, que viria a iluminar o caminho de incontáveis gerações de trabalhadores e povos oprimidos. Não se celebra aqui um mero académico, mas sim um militante da emancipação humana, cuja obra, escrita no calor das lutas do seu tempo, mantém actualidade ardente diante da crise geral do sistema dominante.
Marx dedicou a sua vida a desvendar as leis ocultas do modo de produção capitalista e a indicar, sem equívocos, o sujeito histórico encarregado de o enterrar: o proletariado. Através de décadas de pesquisa rigorosa, intervenção política e organização, legou aos proletários de todo o mundo ferramentas que, desde então, têm sido empunhadas por milhões em todos os continentes.
Foi a sua obra que deu origem a uma compreensão científica da luta de classes. Essa mesma compreensão que, décadas mais tarde, viria a guiar experiências históricas de transformação radical — desde as terras frias do antigo império czarista, onde os trabalhadores e camponeses tomaram o céu de assalto, até aos campos, montanhas e aldeias da China, onde um povo secularmente humilhado ergueu-se e construiu um novo poder sob direcção proletária.
Em ambos os casos, a aplicação criadora do marxismo — e a sua contínua adaptação às realidades concretas — conduziu à vitória. E, como bem se sabe, a vitória dos oprimidos nunca é perdoada pelos opressores.
Hoje, o nome de Karl Marx continua a ser censurado, vilipendiado, ou então domesticado pelos salões universitários, onde é transformado num inofensivo espectador da história. Mas fora desses muros, no coração das florestas da Ásia, nos campos da América Latina, nos bairros populares das grandes cidades, o seu legado pulsa. Continua vivo nas mãos daqueles que, pegando em armas e entregando seus corações ao proletariado internacional, enfrentam exércitos, monopólios e oligarquias.
Marx vive onde se constrói poder popular. Vive em cada passo rumo a uma sociedade livre da exploração do homem pelo homem. Vive naqueles que, sem temer o custo, ousam organizar-se, ousam lutar, ousam vencer.
Hoje, ao completar-se mais um aniversário do seu nascimento, não basta recordar Marx. É preciso segui-lo: ou seja, aplicá-lo. Aplicar a sua obra de forma viva, consciente, criadora — segundo as condições objetivas e subjetivas do mundo em geral e de cada país em particular — tal como fizeram os grandes mestres do passado, enfrentando o tempo que lhes coube com a arma mais poderosa da história: a imortal ciência do proletariado.