
A 30 de Abril, nas vésperas do Dia do Internacionalismo Proletário, a Liga Comunista Internacional (LCI) publicou uma declaração de 11 páginas celebrando o 1º de Maio. A informação foi repercutida horas depois pelo site de notícias The Red Herald e já há uma tradução para o português, à curadoria do sítio “Servir ao Povo”.
O documento intitulado “Organizar a rebelião das massas sob a bandeira do marxismo-leninismo-maoísmo!” trata do desenvolvimento da situação política internacional de forma mais detida e ampla.

Os comunistas da LCI fazem a análise da crise de decomposição do imperialismo e seus reflexos nos vários Estados imperialistas, bem como a sua atuação contra a classe operária e os povos e nações oprimidas do mundo.
Referente ao primeiro aspeto, a organização destaca acontecimentos relevantes nos últimos anos. Sobre os EUA, expõe as políticas tarifárias da gestão ultrarreacionária de Trump como política de canhão, de forma a sustentar o seu parasitismo e sua hegemonia única no sistema imperialista.
Na Europa, destacam a desagregação cada vez maior da “União Europeia” (UE), com pilares cada vez mais fracos por conta do acúmulo das contradições entre os vários países imperialistas dentro da agremiação, principalmente Alemanha e França, e entre elas e os EUA, por projeção económica, militar e política; sua atuação contra o povo, com destaque para o assassínio de imigrantes, e as nações oprimidas do continente, como a interferência nas eleições romenas de 2024 e sua rampante militarização reacionária movida através do projeto Readiness 2030/ReArm Europe. A Rússia, uma superpotência atómica em uma guerra desesperada na Ucrânia, acirra as suas contradições com os EUA e as potências imperialistas dentro da “UE” de forma belicista, visando não ser encurralada pela NATO.
Em Ásia, descreve a crescente crise na China social-imperialista que, por conta das manobras dos EUA e da crise imobiliária em desenvolvimento, não consegue alçar-se ao nível de superpotência, o que vem a gerar uma grande probabilidade de guerra no Eixo Ásia-Pacífico. O Japão, dentro desses movimentos, se sujeita às ordens do imperialismo ianque.
Tratando do campo das massas populares, destacam a situação cada vez mais vitoriosa e desenvolvida do movimento revolucionário, operário e popular em todos os países do mundo, afirmando que “em todo o mundo, as massas se movimentam e se levantam em rebelião”. O exemplo das greves em Grécia, Argentina, África do Sul e Índia e as grandes lutas de massa em Bangladexe e Turquia são citados. A heroica Resistência Nacional Palestiniana é posta como “uma brilhante demonstração não só de coragem e determinação, mas também do facto de que um povo oprimido, desde que segure firmemente a arma, confie na sua própria força e mantenha uma frente única contra o seu agressor, será capaz de resistir e derrotar todos os ataques genocidas do imperialismo”.
A América Latina foi descrita como um barril de pólvora prestes a explodir em tormentas revolucionárias, citando os casos do Equador, Peru, Paraguai, Colômbia e Chile, países onde a luta camponesa e de guerrilhas estão se desenvolvendo. Destacam, neste cenário, o Brasil, onde “começou um poderoso vendaval e os camponeses pobres estão a responder aos pistoleiros dos latifundiários, bem como à polícia e às forças armadas que os apoiam, com armas nas mãos, num contexto geral de uma crescente onda de protestos populares em todo o país”.
A LCI coloca que “nesta base, os maoístas estão a mobilizar, a politizar, a organizar e, cada vez mais, a armar as massas, principalmente os camponeses pobres, as principais forças da revolução democrática, com a perspetiva implacável de lançar a Guerra Popular. Sem dúvida que aqui reside o apoio mais importante que se pode dar aos camaradas que lutam nas Guerras Populares na Ásia hoje.”
Destacam que, nos vários países, a social-democracia reformista e as políticas parlamentares “não fazem mais do que intensificar a exploração dos povos e legitimá-la”, desfraldando que “é necessário organizar a violência revolucionária” contra a violência reacionária.
Para encerrar, a organização convoca os revolucionários e democratas em todo o mundo a dar forma à Frente Anti-imperialista Internacional, como forma de apoiar as Guerras Populares a um elevado nível, reafirmando que declaram “ferrenho e sólido apoio ao Partido Comunista do Peru, ao Partido Comunista das Filipinas, ao Partido Comunista da Turquia/Marxista-Leninista e à luta de nossos camaradas do Partido Comunista da Índia (Maoísta), que hoje lutam heroicamente para derrotar à “Operação Kagaar” (operação de cerco e aniquilamento) das forças armadas do velho Estado indiano reacionário, para permanecer no caminho da Guerra Popular e manter ao alto a bandeira vermelha. Convocamos todos os comunistas e revolucionários do mundo a unirem-se conosco sob a bandeira do marxismo-leninismo-maoísmo na luta implacável contra o imperialismo, o revisionismo e a reação mundial, a serviço da Revolução Proletária Mundial.”