
Neste sábado, 2 de Agosto, realizou-se no Porto um evento dedicado a divulgar e apoiar a Guerra Popular na Índia. O evento foi promovido pela Revista Nova Aurora, com o apoio da Ação Anti-Imperialista (AAI) e da Livraria Trama. A actividade enquadrou-se nas comemorações da Semana dos Mártires, uma jornada internacionalista proletária com todos os revolucionários, democratas e massas que tombaram na longa marcha pela libertação da Índia das garras do imperialismo, da semicolonialidade e da semifeudalidade.
Durante o encontro, os representantes das organizações presentes expuseram as raízes históricas e sociais da actual situação da Índia. Partindo da herança de exploração e devastação legada pelo colonialismo britânico — que moldou uma sociedade profundamente desigual e marcada por estruturas arcaicas de dominação —, os oradores traçaram um panorama da luta de resistência e transformação social empreendida por sectores organizados do povo indiano ao longo das últimas décadas.
Entre os temas abordados estiveram a fundação do movimento comunista naquele país, as cisões e recomposições internas, e sobretudo a evolução de um processo de luta de massas com características próprias, que hoje mobiliza largas camadas do campesinato pobre, sectores proletários e comunidades indígenas contra as classes dominantes locais e os interesses imperialistas. Os participantes destacaram o carácter estratégico e prolongado desta luta, hoje dirigida pelo Partido Comunista da Índia (Maoísta), que constrói em meio a duras condições de repressão um Novo Poder popular, sob influência dos sectores revolucionários.

Foi também enfatizado o agravamento da repressão por parte do velho Estado indiano, patrocinada pelo imperialismo, que responde com assassinatos, desaparecimentos, deslocamentos forçados e cerco militar a este avanço do Partido e das massas sob sua direção. Ainda assim, a revolução resiste e avança, com base na confiança das massas, das suas próprias forças e na construção de novas formas de organização e vida social.
O evento contou com a presença de estudantes, trabalhadores e jovens interessados em compreender com mais profundidade o que se passa na Índia longe da propaganda reacionária do imperialismo. Ao longo das intervenções, foi sublinhada a importância do internacionalismo proletário e da necessidade de quebrar o cerco mediático imperialista que silencia as lutas mais consequentes do nosso tempo. A actividade terminou com um apelo à difusão da verdade sobre a luta do povo indiano e à construção de pontes entre todos os que, nos mais diversos cantos do mundo, se erguem contra a opressão e a exploração.
