
Publicamos tradução não-oficial de matéria disponível no portal revolucionário internacional The Red Herald.
Pelo menos 22 pessoas foram assassinadas, centenas ficaram feridas e mais de mil e duzentas foram detidas em alguns dos maiores protestos que Angola já viu desde o fim da guerra civil em 2002. O gatilho imediato foi a decisão de cortar os subsídios aos combustíveis, aumentando o preço do litro do gasóleo. A agitação começou na segunda-feira, quando os motoristas de miniautocarros e táxis iniciaram uma greve de três dias e, depois, milhares de pessoas se juntaram às manifestações na capital.
O exército foi mobilizado, segundo o governo, «para restaurar a ordem», mas a sua tarefa era outra: reprimir brutalmente o povo angolano que se rebela com razão. A polícia e as forças militares começaram a disparar com munições reais contra os manifestantes, causando centenas de feridos e matando dezenas de pessoas.

O povo angolano protesta veementemente contra a decisão do governo antipopular, que decidiu aumentar significativamente os preços dos combustíveis subsidiados, de 300 para 400 kwanzas (0,33 para 0,44 dólares) por litro. O protesto espalhou-se por toda a cidade, chegando ao subúrbio de Rocha Pinto, perto do aeroporto, e bloqueando muitas estradas.


Angola é um dos maiores produtores de petróleo de África, mas a população vive em pobreza absoluta. Muitas organizações de direitos humanos protestaram contra a brutalidade das forças repressivas, o que não é novidade. A 12 de julho, houve um protesto devido ao aumento dos preços dos combustíveis, aos serviços públicos precários e à falta de infraestruturas escolares básicas, durante o qual a polícia feriu vários manifestantes.
Apesar da dura repressão por parte das forças repressivas, o povo angolano não recuou e existem inúmeros vídeos e relatos dos confrontos e ações de resistência contra essas forças: