
Protesto contra os crimes nazi-sionistas cometidos contra o povo palestiniano, ocorrido no Largo do Chiado, Lisboa. Foto: Armando Franca/Copyright 2025 The AP
Desde dia 7 de Outubro de 2023, momento que marca a ascensão a um novo patamar dentro da gloriosa guerra de Resistência Nacional Palestiniana, um avanço que tem levado a pesadas baixas no regime nazi-sionista de “Israel”, vários revolucionários e democratas mundo afora têm travado uma vasta campanha de denúncia, boicote e combate face à propaganda do imperialismo ianque e do seu lacaio israelita, formando uma frente de combate revolucionária e anti-imperialista. Exemplo disso foram as milhares de manifestações e protestos combativos, muitos com enfrentamento direto às forças de opressão burguesas, no coração do imperialismo e nas semicolónias/colónias.
Essa resposta das massas populares pelo mundo fez a força sionista tremer. O seu medo pelo justo enfrentamento levou a campanhas “contraterroristas” (leia-se: anti-povo, antimassas) dentro da reação que culminaram em milhares de prisões, assassinatos e torturas, número que vem crescendo dia após dia, mas sem nunca abalar a certeza da vitória que os combatentes do povo carregam nas suas bandeiras de sangue de todos os que foram imortalizados pela libertação da Palestina.
Em Portugal, as massas populares, forjadas em grandiosas lutas populares contra o espólio imperialista e sua gerência local, logo se levantaram em apoio à luta armada do povo palestiniano das mais variadas formas; desde as mais básicas, como eventos e rodas de discussão com sua participação, até mesmo manifestações combativas e ações armadas contra monopólios apoiantes da entidade sionista em várias cidades portuguesas. Dessa movimentação das massas operárias e populares, foram surgindo os coletivos e movimentos anti-imperialistas em apoio à Resistência Nacional Palestiniana.
Todavia, devido à falta de uma direção revolucionária e solidamente consequente, muitos desses movimentos e coletivos parecem atirar toda essa tradição de revolta justa ao vento com um discurso pacifista asfixiador, negando às massas populares portuguesas o direito de condenarem os inimigos do povo com verdadeiros atos combativos, seguindo as melhores tradições de luta operária e popular em todo o mundo. Essa política de passividade tem sido representada na forma de marchas, apresentações e vigílias por todo o país sempre com um gosto ordeiro na boca, mesmo colaborando com a repressão do velho Estado português, através da PSP/GNR.
O último exemplo dessa linha fracassada levada a cabo pelas lideranças desses movimentos foi a vigília na noite de dia 13 no Porto, aos pés da estátua de Garrett, em frente à Câmara Municipal, preenchendo as ruas com vastas massas populares, que cheios de necessidade de demonstrar a sua vontade de levantar o espírito da luta anti-imperialista, foram rebaixadas pelo discurso oportunista prevalecente e o máximo que foi “permitido” foram 70 bonecos enfaixados e cobertos de tinta vermelha. Ao fim e ao cabo, a tática adotava pelo oportunismo como forma de “enfrentar” a besta sionista, como se 70 bonecos fossem o suficiente para expressar o ódio de classe do proletariado e povo portugueses.
Diante disto, nunca que o frevor das massas populares portuguesas pode ser dirigida de forma justa, levando a um real embate com os lacaios do imperialismo e do seu amo sionista em território português, contribuindo para desenvolver pujantemente as lutas desde o nosso país. As lideranças oportunistas (ligadas em sua maioria aos partidos da falsa “esquerda”, como o PS, “PCP”, “BE”, PCTP/MRPP, e seus congêneres extrapartidários), no seu pacifismo barato, feito de forma a aparecer de maneira heróica na propaganda burguesa, negam uma justa vingança às massas portuguesas com um slogan barato: “O silêncio é cúmplice — usa a tua voz”. No entanto, há de se indagar uma questão. Por que certas seções do oportunismo na direção do movimento anti-imperialista, enquanto propõe “quebrar o silêncio” (com uma voz totalmente rebaixada e atada ao velho Estado português), também solta na encolha toda sorte de propaganda imperialista e sionista, vide taxar as organizações combatentes da libertação nacional palestiniana de terroristas? Por acaso, não são os imperialistas de toda laia, assim como o sionismo e capituladores locais (como a “Autoridade Palestiniana”), que choramingam aos quatro ventos sobre a justa violência revolucionária das massas, seja na Palestina, seja em qualquer outro país? Enquanto o parlamento israelita promulga a anexação ilegal da Cisjordânia e segue a fazer terra arrasada na Faixa de Gaza, os oportunistas esperam que se combata isso com flores?
Este tipo de posição, que visa aplainar a justa luta armada do povo palestinianoo, suas organizações e o apoio a elas, não é nada senão reflexo da própria pusilanimidade do oportunismo, que reflete toda a degeneração do imperialismo e do sionismo. Através de uma curta frase, as lideranças oportunistas revelam toda a sua cumplicidade, pois negam voz aos movimentos de Resistência Nacional Palestiniana, chamando-os de meros terroristas, mesmo que seja através das suas armas que nasce o verdadeiro enfrentamento contra Israel.
Aos honrosos democratas e massas populares portuguesas que saíram à rua dia 13, todo o apoio é necessário, são os que querem combater o imperialismo e os seus lacaios desde Portugal, forjando um poderoso movimento anti-imperialista neste país, mesmo quando as lideranças oportunistas preferem dançar e cantar sobre o tema, como nas festividades que acontecem por Lisboa, em vez de desenvolver uma verdadeira luta organizada contra o nazi-sionismo e contra seus serventes em Portugal. O presidente Mao Tsé-Tung, dirigente da China Popular e em toda a sua vida dedicado a impulsionar a luta anti-imperialista pelo mundo, deixou-nos estás grandiosas palavras, sintetizando a experiência de luta dos povos de todo o mundo: “Somos a favor da abolição da guerra, não queremos a guerra. Mas a guerra só pode ser abolida com a guerra. Para que não existam mais armas, é preciso empunhar uma arma”.
Apoiar a resistência armada palestiniana contra o sionismo
Aos milhares de revolucionários e democratas pelo país, unidos por uma vontade incessante de erguer o nome da Palestina por todo o território e vingar os milhões de esmagados diariamente pelo regime nazi-sionista de Benjamin Netanyahu, a liderança oportunista cúmplice do genocídio não mais deve conter a vossa necessidade de combater. Surge neste momento a ânsia de construir um movimento revolucionário e anti-imperialista, firme, consequente e sólido, que trave uma batalha contra os imperialistas e os seus lacaios, apoiantes da entidade sionista internacionalmente e da repressão às massas , servindo a desenvolver os combates operários e populares em uma vigorosa torrente revolucionária em Portugal.
Defender a resistência e gritar alto em memória do Glorioso Dilúvio Al-Aqsa, do dia 7 de Outubro de 2023, faz-se agora uma necessidade para derrubar o oportunismo no seio do movimento anti-imperialista e elevar a luta combativa em todo o território português a uma nova etapa qualitativa e quantitativa. Não há melhor forma de apoiar resoluta e firmemente a Resistência Nacional Palestiniana.
Quem clama pelo pacifismo só o faz em nome dos senhores que o proletariado e os povos oprimidos de todo o mundo irão derrubar: o imperialismo, a reação e o oportunismo. Já dizia José Carlos Mariátegui numa carta a Samuel Glusberg: “O setor político que jamais entenderei é o do reformismo medíocre, o do socialismo domesticado, o da democracia farisaica. Além disso, se a revolução exige violência, autoridade, disciplina, estou a favor da violência, da autoridade, da disciplina. Aceito-as em bloco, com todos os seus horrores, sem reservas covardes.”